Como ajudar o adolescente a lidar com a timidez
Ser o mais popular da turma não é fundamental. Mas o excesso de timidez pode causar
problemas ao adolescente
Texto Adriana Carvalho
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/como-ajudar-adolescente-lidar-timidez-743074.shtml
A adolescência é uma fase que chega acompanhada de uma porção de dúvidas e inseguranças. Afinal, o jovem passa por uma série de mudanças físicas e psicológicas que trazem questionamentos e autocríticas sobre sua imagem e suas ideias. Para quem já é tímido, essa fase pode acentuar o comportamento de retração social. Por isso é importante que os pais saibam como ajudar seus filhos a lidar com esse traço de personalidade.
A timidez não é uma doença, mas um padrão de conduta relacionado com o medo do julgamento dos outros: com receio de receber críticas, o tímido prefere não se expor ou se expressar. Um dos caminhos para ajudar o adolescente a lidar com isso é estabelecer um canal de diálogo com ele e mostrar quais são seus valores e as suas qualidades. Além disso, vale ensinar que receber uma avaliação negativa não deve ser encarado como o fim do mundo: é preciso saber ser elogiado e saber ser criticado.
É necessário também respeitar o comportamento do filho que é tímido. Nem todo mundo nasceu para ser popular e comunicativo e essas características não devem ser tomadas como modelos de comportamento. Porém deve-se tomar cuidado para que a timidez não cause prejuízos ao adolescente, como levá-lo ao isolamento social ou comprometer o aprendizado na escola.
- 1. A timidez pode começar a se manifestar na
- adolescência?
- Geralmente quem tem essa característica de comportamento já apresenta a timidez antes mesmo da adolescência, segundo explica a psicóloga Eliana de Barros Santos. "Tornar-se tímido de repente é difícil. A timidez é um traço de comportamento que costuma vir desde a infância".
- 2. Quando a timidez se torna crônica?
- A timidez é um desconforto frente uma situação que envolve interação social. Uma criança ou adolescente pode ter a chamada de timidez crônica quando apresenta grande dificuldade em para se relacionar com os outros em diversos tipos de situações sociais e não apenas em uma situação específica (como falar em público, por exemplo). Para quem tem timidez crônica, "os outros" são vistos como uma verdadeira ameaça à sua integridade emocional. "Quem é o outro? Pode ser o colega de sala, pode ser o vizinho, a sociedade. Nos casos mais severos de timidez, a simples ideia de ter que interagir com alguém é suficiente para desencadear o desconforto. A pessoa que apresenta timidez está preocupada com o que o outro pode vir a pensar sobre ela, sobre o que faz, sente ou fala. Sua atenção está focada quase exclusivamente em si mesmo", diz a psicóloga Eliana de Barros Santos.
- 3. Alguns adolescentes podem ter timidez
- apenas em algumas situações específicas?
- Sim. Há tímidos que apresentam desconforto apenas em algumas situações específicas. Por exemplo: quando precisam falar em público ou quando têm que falar com pessoas que não conhecem direito. "Isso é o que podemos chamar de timidez situacional. Ou seja, é a timidez que ocorre em ocasiões muito particulares", diz a psicóloga Eliana de Barros Santos, diretora pedagógica do Colégio Global.
- 4. Quando a timidez se torna um problema?
- A timidez se torna um problema quando impede a pessoa de interagir com os demais ou a evitar a exposição social em níveis exagerados. "O exagero da timidez é considerado uma fobia social, porque se manifesta em um grau que compromete a qualidade de vida da pessoa, ao ponto de impedir que ela saia de casa e evite todo tipo de situação que envolve relacionar-se com outras pessoas ou passar mal fisicamente por ter sido exposta a algo que teme", explica Quézia Bombonatto, psicopedagoga e presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Nesses casos, vale procurar a ajuda de um psicólogo.
- 5. Como ajudar o adolescente a ser menos retraído?
- Os pais podem orientar e ajudar os filhos a ganhar confiança em si mesmos e a se soltar. "Vemos muitos adolescentes comentarem sobre outros: para Fulano é fácil fazer um seminário, ele não é tímido. Mas o que eles não sabem é que muitas vezes esses colegas mais soltos foram crianças tímidas que aprenderam a se expressar e a perder o medo de se expor", diz a psicóloga Eliana de Barros Santos. Ela orienta que em casa os pais dediquem tempo para conversar com os filhos, para ouvir como eles se sentem, conhecer seus medos e suas angústias. "É importante ressaltar para o jovem suas qualidades, seus talentos. Incentive-o a expor seus sentimentos e ideias. Ajude-o a se desafiar e a vencer pouco a pouco a timidez, elogiando quando ele conseguir, por exemplo, fazer uma apresentação na escola. É importante dar mais valor às conquistas que aos fracassos".
- 6. Quais são os sinais da timidez?
- Um dos sinais de timidez é rubor na face, explica Quézia Bombonatto, psicopedagoga e presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). "Ele pode estar associado ou não ao rubor das orelhas e do pescoço. Seu aparecimento é acompanhado de um sintoma que se caracteriza por sensação súbita de calor na região afetada. É comum também o tímido apresentar uma fala não fluente (gaguejar), usar baixo volume de voz, ter pouco contato visual com o interlocutor e usar pouca expressão corporal".A psicóloga Eliana de Barros Santos, diretora pedagógica do Colégio Global, acrescenta que o tímido pode também apresentar sudorese excessiva. Muitas vezes o tímido tenta fugir da situação que o assusta. "É comum buscar se esconder no quarto ou sair correndo do ambiente que quer evitar por timidez. Ela está excessivamente focada no julgamento que farão dela: estão me olhando e vou ser avaliada. Ela não confia em ser capaz de corresponder à expectativa do outro e constrói uma imagem negativa de si mesmo: Sou um desastre, faço tudo errado", explica Eliana.
- 7. O comportamento dos pais pode influenciar na
- timidez do filho?
- Como principais figuras de referência das crianças e adolescentes, os pais acabam sendo os modelos de comunicação e sociabilidade. Se eles são expansivos, é mais provável que os filhos também sejam assim. E vice-versa. Isso não quer dizer que ser popular é comunicativo é o mais correto, mas o exemplo dos pais pode ajudar os filhos a saber como se relacionar com os outros.
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